Nos últimos anos, tem-se falado muito sobre a transição energética e como esta pode ser implementada em grandes centros urbanos e indústrias. No entanto, uma nova realidade está a emergir em pequenas aldeias, vilas e comunidades ao redor de Portugal e do mundo. A bioenergia avançada surge como uma solução inteligente e sustentável, transformando as comunidades locais e promovendo a economia circular, ao mesmo tempo que combate o desperdício e os impactos ambientais.
A bioenergia avançada não é apenas uma solução do futuro, mas uma prática presente, acessível a todos. Ao revalorizar resíduos, como óleo alimentar usado, borras de café, algas e até margarinas fora do prazo, as pequenas comunidades estão a transformar materiais que seriam descartados em energia limpa, beneficiando de uma maior autossuficiência energética e, simultaneamente, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
“A força da bioenergia está em conseguir alinhar soluções tecnológicas com as necessidades reais das populações. Nas pequenas comunidades, os resíduos tornam-se recursos e as pessoas tornam-se agentes da mudança”, afirma Ana Calhôa, Secretária-Geral da ABA.
Uma das maiores vantagens da bioenergia avançada é a sua capacidade de transformar resíduos locais em biocombustíveis. Desta forma, pequenas comunidades estão a reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros, evitando a produção de gases poluentes e contribuindo para a economia circular. O reaproveitamento de resíduos como óleo alimentar usado ou borras de café, por exemplo, deixa de ser um desafio para a comunidade e passa a ser uma valiosa fonte de energia.
O impacto da bioenergia avançada nas pequenas comunidades não se limita à produção de energia. O desenvolvimento deste tipo de projetos também cria oportunidades de emprego, desde a recolha de resíduos até à operação das instalações que os convertem em energia. A necessidade de técnicos especializados para manter os sistemas de conversão energética oferece uma oportunidade para revitalizar economias locais e combater o despovoamento.
Além disso, a criação de empregos qualificados ajuda a aumentar a coesão social e melhora a qualidade de vida nas regiões que mais necessitam de desenvolvimento. Estes projetos tornam-se um motor de dinamização local, produzindo uma fonte de rendimento que beneficia diretamente a população.
Esta solução energética promove a autossuficiência energética ao permitir que as comunidades produzam a sua própria energia a partir de recursos locais, reduzindo a dependência de fontes externas e tornando-se mais resilientes a flutuações no mercado energético global. Além disso, ao adotar soluções baseadas em bioenergia avançada, as populações também contribuem para a descarbonização e a transição para uma energia mais limpa, alinhando-se aos objetivos globais de sustentabilidade.
O impacto da bioenergia avançada vai muito além da produção de energia. Esta solução representa uma oportunidade para as pequenas comunidades avançarem rumo a um futuro mais sustentável, ao mesmo tempo que combatem o desperdício e promovem a economia circular.
A bioenergia avançada não é uma tendência isolada, mas sim uma revolução silenciosa que está a transformar as bases da nossa sociedade, começando pelas pequenas comunidades. Através de inovações simples, mas eficazes, podemos criar soluções locais que têm um grande impacto global.
A ABA reforça o seu compromisso com a transição energética nas pequenas comunidades e valoriza o papel destas na luta contra as alterações climáticas. Ao promover a bioenergia avançada, estas comunidades tornam-se mais resilientes, autossuficientes e conscientes do seu papel na construção de um futuro energético mais verde e sustentável.