A procura por soluções sustentáveis que nos permitam atingir à neutralidade carbónica tem levado a uma crescente adoção de energias renováveis e alternativas. Neste cenário, os biocombustíveis avançados surgem como uma solução eficaz para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e mitigar os impactes ambientais negativos.
Uma das principais vantagens dos biocombustíveis avançados é sua capacidade de reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. Os biocombustíveis produzidos a partir de resíduos têm efeito imediato na redução de emissão de gases: quando comparados com o gasóleo, emitem menos 84% a 97%, ou, até mesmo, com o elétrico convencional, a redução é de pelo menos 67%.
Por serem produzidos a partir de resíduos já existentes, os biocombustíveis avançados permitem a reutilização e reaproveitamento dos mesmos, evitando o seu descarte em aterros sanitários Ao contrário dos biocombustíveis convencionais ou de primeira geração, que são produzidos a partir de culturas alimentares, como a colza, soja, cana-de-açúcar, palma ou beterraba, entre outros, os biocombustíveis avançados não implicam culturas agrícolas exclusivas para produção de matéria-prima, não competindo diretamente com as culturas alimentares, e são, também por isso, a melhor solução pelo seu impacto positivo no ambiente, sendo também favoráveis à economia circular.
Além disso, os biocombustíveis avançados têm o potencial de impulsionar a economia circular ao aproveitar estes recursos anteriormente considerados resíduos, criando valor adicional e reduzindo a poluição ambiental.
Apesar das suas vantagens, os biocombustíveis avançados ainda são “assombrados” por uma série de mitos. Atualmente, os biocombustíveis estão prontos para serem incorporados nos combustíveis fósseis e disponibilizados na infraestrutura já existente, sendo a forma mais eficaz para alcançar a mobilidade sustentável, sem exigir a aquisição de novos veículos. É possível mover os veículos já em circulação nas estradas portuguesas de forma sustentável, tendo um impacto positivo na descarbonização dos setores com mais emissões poluentes, como o dos transportes pesados. Sem necessidade de novos investimentos em novas infraestruturas ou em novos veículos, tornando-se assim uma das soluções mais acessíveis a todos.
É importante reconhecer que os biocombustíveis avançados, aliados a outras soluções, permitem-nos dar continuidade à transição energética de Portugal. O futuro net zero, delineado a par de outros objetivos igualmente importantes, que esperamos alcançar, deve ser visto como uma possibilidade no horizonte somente através de um mix energético completo, que inclua as soluções que nos permitam dar um passo importante em direção a um mundo mais verde e próspero.
A disponibilização dos biocombustíveis avançados não é apenas uma opção, mas sim uma necessidade, sendo uma solução viável para enfrentar os desafios ambientais em Portugal e também na Europa. A redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), aliada à promoção da economia circular e consequente descarbonização do setor dos transportes, é um reflexo de todos os passos até agora dados e do futuro verde que nos espera.
O horizonte que está a ser delineado sublinha a importância de reconhecer e adotar as alternativas sustentáveis que temos ao nosso dispor, desde os biocombustíveis avançados até ao biometano, aproveitando o seu potencial para dar gás às mudanças positivas em direção a um setor cada vez mais verde e próspero.